Boletim Econômico - Semana de 3 a 8 de Novembro de 2024
- Guilherme A. de Oliveira

- 9 de nov. de 2024
- 3 min de leitura
Panorama Geral
Na semana entre 3 e 8 de novembro, os olhos do mundo voltaram-se para a decisão nas eleições dos EUA. O cenário econômico brasileiro foi marcado por medidas fiscais do governo para o controle de gastos e foco na inflação. As projeções indicam que o mercado reagiu positivamente ao anúncio do ministro da Fazenda sobre cortes de despesas, o que fortaleceu o real e fez o dólar recuar para R$ 5,78. Além disso, a alta de 1,87% no Ibovespa reflete o otimismo em relação à economia nacional, enquanto a inflação permanece uma preocupação central, com analistas ajustando ligeiramente suas previsões para 2024, segundo dados do Boletim Focus.
Principais Eventos da Semana
1. Nesta semana, vários eventos econômicos importantes estão no radar global. No Brasil, destaca-se a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa Selic, com possível manutenção dos atuais 10,75% ao ano. Esse encontro, agendado para quarta-feira (6), será fundamental para o direcionamento da política monetária nacional, em meio a uma inflação sob controle, mas impactada por itens voláteis, como alimentos.
2. Nos Estados Unidos, as eleições presidenciais de terça-feira (5) têm atraído a atenção global, enquanto o Federal Reserve anunciará na quinta-feira (7) uma decisão sobre as taxas de juros, possivelmente mantendo-as para equilibrar o recente crescimento robusto do PIB americano (5% anualizado no terceiro trimestre). A inflação está desacelerando, o que diminui a pressão para novos aumentos, mas o banco central permanece dividido quanto ao caminho futuro.
3. No cenário internacional, o Mercosul busca fechar um acordo comercial com a União Europeia antes da posse de Javier Milei na Argentina, que tem expressado críticas ao bloco. Esse acordo traria novas oportunidades para o comércio sul-americano, assim como o esperado tratado de livre comércio com Singapura.
4. Pressão para redução da taxa de juros: Com a criação de menos empregos do que o esperado e um possível arrefecimento da economia, a pressão sobre o Federal Reserve (Fed) para reduzir a taxa de juros se intensifica. Essa medida visa estimular a economia e evitar uma possível recessão.
Brasil: O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, em sua próxima reunião, agendada para quarta-feira, 6 de novembro, deve considerar um ajuste na taxa básica de juros (Selic), atualmente fixada em 10,75% ao ano. Especialistas do setor financeiro, incluindo economistas e gestores de fundos multimercado de perfil macro, projetam uma elevação de 0,50 ponto percentual, levando a Selic para 11,25% ao ano. Esse movimento visa mitigar pressões inflacionárias, especialmente em um contexto de alta em itens de preços voláteis, como alimentos, que impactam diretamente o custo de vida.
Estados Unidos: A economia americana continua a crescer, embora em um ritmo mais moderado. A inflação permanece acima da meta do Federal Reserve, que tem adotado uma postura cautelosa em relação a novos cortes de juros. A reunião do Fed nesta semana será crucial para entender as próximas steps da política monetária nos EUA.
Câmbio (USD/BRL): O real tem se desvalorizado frente ao dólar, com fechamento na data de hoje de R$ 5,78. A expectativa é de que essa continue durante toda a semana devido acontecimentos extremamente relevantes nos EUA.
Considerações Finais
A semana foi marcada por eventos de grande impacto no cenário econômico global e nacional. As eleições nos EUA, as decisões de política monetária nos principais bancos centrais e os dados econômicos divulgados moldaram as expectativas dos investidores.
Os principais destaques foram:
·Eleições nos EUA: O resultado das eleições influenciará as políticas econômicas globais e a direção dos mercados financeiros.
·Decisão do Copom: A decisão da taxa Selic que sairá nesta semana, em um ano que demonstra a preocupação do Banco Central com a inflação, mesmo com a economia desacelerando.
·Inflação: A inflação continua sendo um desafio, e as expectativas para os próximos meses são de moderação, mas ainda acima da meta.
·Câmbio: O real apresentou uma leve desvalorização frente ao dólar, refletindo a incerteza do cenário internacional e as expectativas de alta dos juros nos EUA.
As perspectivas para os próximos meses são de incerteza. A guerra comercial, as tensões geopolíticas e as incertezas relacionadas ao Brexit continuam a pesar sobre a economia global. No Brasil, a formação do novo governo e a implementação de suas políticas econômicas serão cruciais para definir o futuro da economia.
Disclaimer: Este boletim é elaborado com base em dados e informações disponíveis até a data de sua publicação. O cenário econômico é dinâmico e sujeito a mudanças repentinas. Recomenda-se consultar fontes oficiais para obter informações mais atualizadas.
Para se manter atualizado com nossas análises e insights do mercado, siga nossas redes sociais e fique por dentro das principais novidades econômicas e financeiras.

Marcelo Donizetti Arruda de Oliveira Junior
Head of Investments



Comentários